Owlboy é um jogo em que você não só joga, você sente. Minha lista de jogos favoritos continha apenas 5 nomes (e veja que tenho bastante jogos), e Owlboy conseguiu entrar na minha lista em apenas 2h de gameplay. O motivo do título? Já irei explicar o porquê o jogo é perfeito, mas como disse, você sente o jogo, e sabemos que muitos não estão nem aí para isso, apenas querem ter um gameplay frenético e etc. Então, se você é o tipo de cara que busca um jogo com ação constante, não irá aproveitar 1/10 do que o jogo tem a lhe oferecer. Com toda certeza, as aventuras com Otus (personagem principal), ficarão nas minhas e nas suas memórias para sempre.
O jogo em si tem uma magia própria. No momento que eu entrei no mundo, fiquei deslumbrado de como um pixel art consegue ser tão lindo, tão detalhado, tão polido e bem feito. Provavelmente, se olhar de longe, é impossível notar que é pixel art. Cada cenário espetacular, de se cair o queixo, cada personagem com seu estilo e expressões, as transições de dia para a noite, meus olhos chegavam a brilhar.
A arte é, com toda a certeza, o ponto mais forte do jogo, sendo visual ou auditiva. A trilha sonora impacta de uma maneira positiva, passando a emoção precisa que eles queriam que o jogador tivesse. Além das músicas FANTÁSTICAS, cada detalhe único dentro desses sons, fazem diferença. O andar, o bater das asas, o som das armas, dos objetos interativos, tudo tão perfeito. Considere ter um ótimo fone para jogar o jogo e um bom monitor, você não vai querer perder nada. Falando em emoções, cheguei a chorar duas vezes no gameplay.
O fluxo de emoções do jogo é simplesmente sensacional. Em vários momentos fiquei parado, observando o cenário, ouvindo os sons e analisando meticulosamente o local em que estava. As emoções, tanto do personagem quanto da situação e do local, são passadas de um jeito fabuloso. O personagem está triste? Você nota pelo jeito de andar, pelas expressões e, às vezes, pelos sons. Não é nem preciso estar prestando muita atenção, mas tenha a "sensibilidade" de notar esses detalhes.
Enredo? Completamente único. Corujas com humanos e robôs. Realmente, acredito que nunca tinha visto nada parecido. A ambientação de vila simples e uma cidade antiga, mas com recursos meio que tecnológicos, acabou me fascinando muito. Campos abertos, cavernas, templos, tudo parece ser um ambiente onde não há tecnologia alguma, mas a história do jogo prova o contrário. Os personagens são EXTREMAMENTE carismáticos, peguei raiva de uns e amor por outros. Com certeza tu vais se apegar a algum personagem, não tenha dúvida. Entendendo o lado dos personagens, fica difícil julgar negativamente eles, mas a raiva por algumas ações permanece.
Agora, tirando a arte, o que mais me espantou foi o gameplay. Nunca, jamais, vi um jogo tornar tão intuitivo os puzzles, a integração de habilidades e possibilidades. Tu estás tão imerso que sabes sempre o que fazer, e não, não são os puzzles que são fáceis demais, é você que está fazendo tudo sem nem perceber. Isso foi fenomenal! As mecânicas novas você já integra na hora, não demora quase nada para aprender a utilizá-las corretamente. Por sinal, amei o jeito de como elas foram aparecendo (sem spoilers).
A maioria dos outros jogos, fazem puzzles ou muito difíceis ou muito fáceis, tirando muito a imersão e fazendo tu focar apenas nesses desafios, com toda certeza não vais se sentir assim em Owlboy, e quando começares a se sentir "perdido", vais analisar o cenário, ver como a arte é bem feita e OLHA SÓ JÁ SEI O QUE TENHO QUE FAZER. O cenário deixa tudo MUITO claro. Então fica a dica :)
Não são coisas que REALMENTE sejam ruins (tirando um) ou que atrapalhem o gameplay. O primeiro é: eu sou PERDIDO, por favor, eu preciso de um MAPA. Perdi muito tempo de jogo por me perder constantemente (não me julgue, tenho probleminha), sorte que a ambientação só me fez ficar boquiaberto.
Segundo e mais óbvio, o jogo é curto, muito curto. Eu poderia ter acabado em 5h ou até menos, se eu não ficasse apreciando e me perdendo. Claro, existem os desafios de pegar moedas, achar as coisinhas, mas eu acho isso muito chato, e é o terceiro ponto negativo. Após conseguir todas as coisas que realmente importam, eu não me sinto estimulado a pegar todas as Coins para conseguir o último item, por mais útil que ele seja, então, tome sua própria conclusão.
E, por último, o que mais me desapontou. Eu achava que o jogo tinha um gameplay preciso, mas conforme a jogatina foi se tornando mais frenética, notei que isso não é verdade. QUALQUER COISA QUE TU FAZER, O OTUS VAI VOAR! SIM! Tu cais de uma plataforma, Otus voa. Tu pulas e apertas pra cima? Voa. Aperta 2 vezes X? Voa. Gira de uma plataforma? Voa. Qualquer coisa praticamente que tu fizeres, o Otus vai voar! Isso só realmente se torna chato em partes que você precisa de mais precisão, como lutas contra bosses ou no final do jogo, que, por alguns motivos, tu não consegues voar, só "planar", e você quer realizar os saltos mais precisos possíveis, e bem... Já sabe o quão frustrante isso fica. Tirando alguns momentos, isso não atrapalha, pois a maior parte do tempo tu irás, sim, ficar voando.
Considerações
finais
HISTÓRIA: 9/10 (surpreendente, inovadora, alguns aspectos clichês e as vezes previsível, mas não deixa de ser fantástica)
GAMEPLAY: 9.8/10 (embora as falhas comentadas, um gameplay tão integrado e intuitivo é algo raro em jogos assim)
DIFICULDADE: 10/10 (não é foco do jogo, mas se quiser desafios eles existem, mas em geral, é na medida certa, nem muito fácil nem muito difícil)
NOTA FINAL: 9.9/10
O jogo tocou meu coração de uma maneira única. Me emocionei, meus olhos brilharam, não tem o que falar, este jogo é uma obra de arte e deve ser apreciada. Uma década para produzir ele, mas na minha visão, valeu a pena o esforço, dinheiro e suor investidos. Os criadores têm muito a se orgulhar, pode ter certeza disso.
Análise feita por Nicholas Doviggi
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